sábado, 22 de dezembro de 2012

Tatuagem e preconceito


É até comum ouvir de pessoas que querem tatuar e ainda não sabem onde ou o que. Um ponto que deve ser comum a todos que tatuam é a convicção do ato. Tatuagens são indeléveis, tintas que ficam cravadas na pele e só saem (e não satisfatoriamente) com procedimentos caros e dolorosos. São alteráveis, mas aparentemente irremovíveis. Todos temos momentos de rupturas importantes, é necessário ter consciência de que essa transitoriedade pode afetar o amor pelo desenho.

Elas podem ser uma manifestação de ideais, um enfeite, uma identificação, um ritual, um símbolo de erotismo ou de rebeldia. Não é excessivo afirmar que para muitos a tatuagem é um fato social.


Além dessa característica inegável da tatuagem, não se pode negar que, assim como a moda ela é um de expressão. Ambas são uma intervenção estética para declinar aquilo que se é, o que se quer ser ou o que quer que as pessoas acreditem que se é.

Um outro ponto que deve ser recordado quando falamos de tatuagem é do preconceitos contra os riscados. Tatuagem, felizmente, já não é vista como ícone de transgressão e isso faz com que seja aceita por boa parte das pessoas. Profissionais de diversas áreas exibem (ou escondem sob seus uniformes) marcas indeléveis adornando a pele. E esses riscos já não abalam a credibilidade profissional deles. 

Enquanto esse resquício de preconceito ainda existe quanto à arte na pele há uma outra discriminação que se intensifica: a tatuagem na pele negra ainda é um tabu.

Algumas pessoas afirmam que há diferença entre a tatuagem na pele negra e branca. Afirma-se que o contraste da tinta na pele clara é favorecida e com isso o desenho só aí é viabilizado e bonito. E que desenhos pequenos e muito coloridos são proibidos.






Deste modo, esse modo de expressão tão genuíno e pessoal acaba por ser uma inibição para muitxs negrxs.

O que então deve pautar a escolha de fazer ou não um desenho, das cores e do tamanho escolhido? Simples: seu gosto, independe da tonalidade da sua pele. Tatuagem em pele negra é tão bonita e expressiva como em qualquer outra. Procure um tatuador experiente e ele certamente te ajudará a escolher o melhor para atender seu anseio. E você deve se lembrar sempre quem é dono do corpo. Você.


Tem certeza que tatuagem pequena fica feia na pele negra?

Fontes: https://www.facebook.com/Tattoonegrosenegras
http://blackgirlsinked.webs.com/


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Nem vem tirar meu riso frouxo com algum conselho...


Gabi Cavina soltando o riso de "batão" vermelho

...que hoje eu passei batom vermelho! Peço perdão aos que são contrários, mas o trecho da Mallu Magalhães vai começar ilustrando esse post que marca o início das nossas atividades frequentes aqui no blog.

Bom, ali do lado você encontra uma breve explicação do que pretendemos fazer aqui. Somos um grupo de muitas amigas que voltemeia gostam de falar sobre roupas, maquiagens, acessórios e tendencias, mas principalmente, que gostam de si mesmas. Gostamos também de falar sobre amor próprio, aceitação, felicidade e feminismo.

Giza usa até para ir à padaria
Enfim, não vou me estender mais sobre esse assunto e vamos ao tema de hoje... boca vermelha. Para muitas de nós (inclusive para mim) a relação com o bom e velho batom vermelho mudou completamente depois que começamos a falar sobre ele.

Porque você sabe que o batom vermelho não é só um batom, ele é um grito, uma marca, quase que uma ideia. E é difícil aprender a não ter medo de algo assim, viu? Mas com uma conversa aqui, um desabafo lá, um ou outro mito derrubado nós concluímos que: O batom vermelho é para todas. Nós desconstruímos e percebemos que a boca vermelha vai muito além dos padrões estéticos, ela é um estado de espírito. E se nosso âmago nos pede um batom vermelho não há padrão no mundo que vai nos impedir de usá-lo.

Cintia sambando na cara do racismo
E quanta coisa colocaram em cima do batom vermelho para a gente achar que ele está acima de nós, hein? Para começar tem aquela lenda de que o tom de pele blá blá blá e, teoricamente, a boca vermelha combinaria só com a pele branca (uma lenda com um fundo bem racistinha, convenhamos). Mas bem teoricamente mesmo porque o batom vermelho fica lindo na pele negra, mulata, amarela, vermelha, azul anil. Cai nesse papinho não.

Mas poxa, chamar a atenção para a nossa boca? Que difícil, que medinho que dá, né? Ela não é carnuda demais? Ou fina demais? Ou com o traço diferente demais? E os dentes como estão? Tem anos de aparelho e clareamento para garantir que está tudo perfeito? Não importa. Não precisa estar perfeito, precisa estar com a nossa cara. Não tem que ter medo de mostrar, de pôr a boca no mundo, essa é você e é aí que está a beleza.

Meus dentinhos tortos emoldurados
A gente aprendeu a usar o vermelho quando quer e deixar de usar quando não quer também. O batom tem que combinar com a gente, com como a gente se sente. A cantora Teresa Cristina (essa linda) disse uma vez que se olha para um batom e acha que ele vai deixá-la mais feliz, ela passa. Particularmente, acho que se existe uma regra para usar batom vermelho é essa e apenas essa.

E você? Se arrisca a sair por aí com a boca pintada de vermelho? Ainda tem medo do batom ou simplesmente acha que ele não te representa? Venha cá, vamos conversar.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Me processa :D
O "Então me processa" foi um daqueles momentos "e se", sabe? E se criássemos um blog? E se ele fosse sobre moda? E se ele falasse também de autoaceitação? E se fosse sobre nossos diferentes estilos? E se a galera odiar?

Não gostou? Então me processa, flw!